As Festas Juninas no Oeste Catarinense, como eram celebradas a partir de 1973, eram eventos grandiosos e repletos de tradição, conforme a vívida descrição de Danilo de Souza. Longe das simplificações dos dias atuais, essas celebrações eram cuidadosamente preparadas e envolviam toda a comunidade em um cenário festivo e autêntico.
O ponto central era a imponente fogueira, uma torre de lenha que atingia impressionantes cinco metros de altura, acesa de cima para baixo, criando um espetáculo visual que iluminava a noite. O ambiente era enriquecido com a profusão de bandeirinhas coloridas, balões e foguetes, elementos essenciais que anunciavam a alegria junina.
Um dos momentos mais aguardados era o casamento caipira, uma encenação elaborada que contava com a participação de 20 a 30 figurantes, cada um desempenhando um papel específico. Os noivos e padrinhos chegavam em uma carroça típica, enquanto o padre, montado a cavalo, vinha para celebrar a união. A figura do delegado também marcava presença, adicionando um toque de humor à representação.
Após a celebração do casamento, a festa continuava com a animada quadrilha caipira. Cada participante, junto de seu par, recitava versos dedicados ao companheiro, e a valsa dos noivos embalava o salão. A gastronomia era um capítulo à parte, com o aroma de pipoca quente, quentão e amendoim se misturando aos doces típicos da época, proporcionando um verdadeiro deleite para os presentes.
O sanfoneiro era, sem dúvida, o coração da festa. Sua presença era não apenas importante, mas simbólica e tradicional, ditando o ritmo da dança e da celebração. Infelizmente, Danilo de Souza lamenta que, nos dias atuais, poucas festas juninas são realizadas com a mesma grandiosidade, e o sanfoneiro, antes figura indispensável, é cada vez menos requisitado, sendo substituído por músicas reproduzidas em caixas de som.
Essa lembrança das Festas Juninas do passado, conforme narrado por Danilo de Souza, nos convida a valorizar as raízes culturais e a riqueza das tradições que, apesar das mudanças, continuam a ser um elo com a nossa história.